Cláudia Pereira

Blogueira cinéfila

New Order coloca todo mundo pra dançar com “Music Complete”

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Não sei o que teria sido a minha vida sem o New Order .

A banda britânica pontuou toda a minha  adolescência e se eternizou até agora.

Impossível lembrar de todos os momentos, mas posso jurar que foram inúmeros.

E todos dignos de rodopios eletrizantes.

A dance floor dos anos 80/90 tinha estilo.

Não era nada comum ou cansativo.

Pelo contrário.

Era sensacional  ter ao  alcance sucessos que iam de Depeche Mode à Grace Jones,

O tempo passou.

Hoje sou uma quarentona que tem um baú repleto de recordações musicais.

São coisas que me remetem a um tempo em que atitude era importante.

Estou falando de atitude de verdade, não essa coisa meio fake que a juventude adotou com Lady Gaga & Cia.

New Order era atitude.

Uma parte das canções nos botavam pra dançar.

E outras nos levavam direto pra uma reflexão repleta de sons intenso e tristes.

Eles sempre tiveram a capacidade de colocar tudo em diversos lugares.

Uma parte dessa competência continua intacta.

A outra foi digerida pela indústria e perdeu o encanto.

Mas isso é normal, vivemos numa época da globalização, a internet mastiga tudo e nos entrega  bem diluído.

Essa é a realidade.

Ela dá.

Ela tb tira.

O novo disco do New Order chama-se “Music Complete”.

Faz jus à uma banda que continua fazendo músicas dançantes com extremo bom gosto.

Mas algo se perdeu, algo ficou pra trás.

Ouvi com a sensação de que o disco é bom, mas jamais terá o brilho de antes.

E isso é normal né?

O que posso esperar de uma banda que está há anos fazendo a mesma coisa?

Cá entre nós, seria desolador imaginá-los fazendo algo diferente.

Isso é New Order.

Ponto final.

Eu sou do tipo que compra discos de quem gosto.

Gosto de ter  a obra em mãos.

Quero o registro oficial.

Quero sentir o toque do disco, olhar o encarte.

E olha que nem se compara ao prazer de pegar num vinil.

Mas não serei hipócrita em negar que ouvir o disco via spotify pelo meu celular.

Que coisa mais desanimadora.

Não tem poesia.

Não tem poder.

Parece música de radinho de pilha.

A curiosidade venceu mais uma vez.

Porém, não alterou o resultado.

Gostei do disco.

Algumas faixas são mais poderosas que outras.

Fiquei envolvida por “Stray Dog” parceria com Iggy Pop num vocal possante.

E gostei de quase todas as outras.

A velha guitarra de Bernard Sumner ainda tem o poder de me levar de volta aos anos dourados.

E nem deu pra sentir falta do exibido Peter Hook, que  chamou os integrantes de  fraude.

“Music Complete”  é um disco que não faz feio.

Produz hits dignos da fama criada pela banda.

A importância musical do New Order é tanta que fica impossível não aplaudir este novo trabalho.

Pode não ter o mesmo vigor de antes, mas quem liga?

Produzido pelos geniais Stuart Price e Tom Rowlands, Sumner dá uma banana federal ao arrogante ex-parceiro.

Fraude ou não, New Order segue sendo fiel à sua história.

Ótimo registro de uma banda que sabe fazer dançar com inteligência e elegância.



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